Sociedade São Vicente de Paulo
A Sociedade São Vicente de Paulo foi fundada em 23 de Abril de 1833, por um grupo de sete jovens universitários liderados por Antonio Frederico Ozanam (1813-1853), estudante de Direito na Universidade de Sorbonne, em Paris, aos 20 anos de idade. A SSVP surgiu para dar resposta às críticas que os estudantes ateus faziam aos estudantes católicos daquele tempo, dizendo: “OS CRISTÃOS NÃO PRATICAM O QUE PREGAM; ONDE ESTÃO AS SUAS OBRAS DE CARIDADE?”.
A SSVP é uma organização católica de leigos que voluntariamente se empenham no apoio a indivíduos, famílias e grupos sociais marginalizados, através de ações variadas onde se privilegia o contato pessoal e direto e a visita domiciliar, não só com intuito de aliviar a miséria material e moral, mas também a descobrir e solucionar as suas causas. Ozanam e os amigos (Jules Devaux, Auguste Le Taillandier, Paul Lamache, E. J. Bailly, François Lallier e Felix Clave) começaram a procurar os pobres, para os visitar em suas casas, levando-lhes alimentos, roupas, a amizade e a dedicação, além do conforto espiritual.
Este pequeno grupo formado por Ozanam e os amigos tomaram como Patrono o PAI DA CARIDADE, SÃO VICENTE DE PAULO (1581-1660), que no seu tempo, se dedicou inteiramente ao serviço dos pobres, dos infelizes e dos que não tinham fé. Grupos similares começaram a surgir em Paris, depois em toda a França, expandindo-se, a seguir, pelo mundo Cristão, com o objetivo de servir os mais necessitados, aliviando as suas misérias espirituais e corporais, por amor a Deus.
No Brasil, a Sociedade de São Vicente de Paulo é conhecida pelas iniciais SSVP, e está colocada sob a proteção da Bem-aventurada Sempre Virgem Maria, tal como foi proposto pelo próprio fundador, Ozanam. A Conferência São José foi a primeira unidade vicentina fundada em território brasileiro, no Rio de Janeiro, em 04 de agosto de 1872. Os fundadores da Conferência São José foram os confrades Pedro Fortes Marcondes Jobim (médico), Antônio Secioso Moreira de Sá (advogado) e Francisco Lemos Farias Coutinho (oConde de Aljezur), este último fundador da SSVP em Portugal que estava no Brasil a serviço da imperatriz, Dona Leopoldina. O Confrade Francisco tornou-se o primeiro presidente da Conferência São José, agregada ao Conselho Geral em 16 de novembro de 1872.
O Brasil possui hoje mais de 300.000 Vicentinos, 30 Conselhos Metropolitanos, 250 Conselhos Centrais, 2.000 Conselhos Particulares, 20.000 Conferências, 200.000 famílias assistidas e 3.000 Obras Unidas a saber: hospitais, lar de idosos, creches, educandários, dispensários, vilas, centros comunitários, entre outros. O atual presidente do Conselho Nacional do Brasil é o confrade Nelson Antônio de Souza e do Conselho Internacional é o confrade José Ramon Dias Torremocha.
Em Dores de Campos tal empreitada teve seu início em 06 de novembro de 1906, tendo como confrades fundadores:. As dificuldades da época não fizeram tais pioneiros desistirem, e através de suas persistência estamos hoje com um grupo de 152 membros (confrades e consórcias) distribuídos em 07 Conferências distintas, a saber: Nossa Senhora das Dores (cuja idade corresponde á fundação da sociedade, pois foi a primeira), Nossa Senhora do Rosário, São Sebastião de Campinas ( correspondente a Zona Rural, do mesmo nome), Santo Antônio, São Camilo, São Judas Tadeu, São Camilo de Lellis, Sagrado Coração de Jesus. Todas elas estão vinculadas ao Conselho Particular de São Vicente de Paulo, este ao Conselho Central de São João del Rei, este ao Conselho Metropolitano de Barbacena, este ao Conselho Nacional do Brasil (cuja sede está situada no Rio de Janeiro/RJ) e este ao Conselho Internacional (situado em Paris/FR). Vale ressaltar, a título de curiosidade, que é pratica na sociedade nos dirigirmos aos membros pelos títulos de confrades (homens) e consorcias (mulheres), nunca por senhores secretários, senhores tesoureiros ou senhores presidentes, pois entendemos que todos exercem o mesmo papel e têm a mesma importância, apesar de existirem escalas hierárquicas.
A Sociedade se mantém, através de doações espontâneas, esmolar pelas ruas 01 vez por semana durante todas as semanas do ano, exercício estes que são conferidas às conferências por revezamento. Durante o ano são realizadas as campanhas: do cobertor, na época do inverno e de Natal, quando são distribuídas as cestas básicas (essas duas campanhas não atendem, somente aos adotados, mas sim àqueles que são identificados como necessitados). É bom destacar que são distribuídas quinzenalmente cestas básicas, para todos os adotados. Vale destacar, também, que o Conselho Particular São Vicente de Paulo mantém uma escola de formação de possíveis confrades e consorcias intitulada ECAFO (Escola de Formação Antônio Frederico Ozanam) dirigida pelo confrade Carlos Magno Malta. Existe, também, um procedimento que se constituem em três Reuniões Festivas, onde são exaltados: em abril Antônio Frederico Ozanam, em setembro São Vicente de Paulo e em dezembro Imaculada Conceição. Existe um critério que é seguido por todas as Conferências, quando o aniversario de sua fundação, que é mandar celebrar uma Missa das 05 Intenções (pela Igreja Católica apostólica Romana, pela Sociedade de São Vicente de Paulo, pelos Confrades e Consórcias falecidos, pelo Brasil e pelo Santo Padre o Papa).
Apesar de ser um movimento criado por católicos, a Sociedade é totalmente Ecumênica, pois se pretende atender a todos aqueles que estão na pobreza ou estão passando por um momento de dificuldades. O lema da Sociedade é: A CARIDADE FECHA OS OLHOS E ABRE OS BRAÇOS.
A Sociedade está aberta àquele que de boa vontade e espírito caritativo e cordial pretendem ser Vicentinos, pois conforme disse Jesus : “ A messe é grande, mas parcos são os trabalhadores”.
São Vicente de Paulo

São Vicente de Paulo, um dos maiores amigos da humanidade, sacerdote zelosíssimo, homem apostólico como poucos, santo, entre os santos, um dos maiores, nasceu em Ranguines, perto de Dax, na Gasconha (França), em 1576. De condição humilde, os pais eram gente piedosa e virtuosa. Proprietários de uma pequena herdade, viviam do trabalho. Educaram cristãmente seis filhos, 4 homens e duas mulheres, obrigando-os ao trabalho no campo. Em Vicente, bem cedo descobriram os pais um bom coração e qualidades excelentes de espírito.
A ocupação predileta do menino era vigiar o gado, nas épocas do ano em que este era levado às pastagens. De preferência, levava o gado a um lugar no fundo do mato, onde havia uma capela de Nossa Senhora. Ali fazia muita oração e cantava em honra da Rainha do céu. As flores mais belas que encontrava, depositava-as sobre o altar de Maria Santíssima e com um carinho todo particular, enfeitava a humilde capelinha. Já nesta idade, revelava princípios de caridade, guardando sempre um bocado da refeição para os pobres. O pai, observando com satisfação os belos dotes do filho, quis que ele estudasse. Em quatro anos, Vicente tinha feito tantos progressos nas ciências, que pôde ser professor. Ensinando aos outros, ganhava o bastante para poder continuar os estudos nos cursos superiores, sem com isto exigir sacrifícios do pai. Seguiu os cursos teológicos em Saragoça e Toulouse e, em 23 de setembro de 1600, foi ordenado sacerdote.
Deus, porém, quis proporcionar-lhe ocasião de aperfeiçoar-se nas virtudes de perfeito cristão, que são a mansidão, a paciência e a caridade. Numa viagem em 1605, que fazia, de Marselha a Narbonne, caiu em poder de piratas tunísios, que o venderam como escravo a diversos senhores em Tunis. Com grande conformidade, o santo aceitou esta provação e humildemente se sujeitou aos pesados trabalhos, que se lhe impunham. O que mais o entristecia, eram os diversos estratagemas que os patrões empregavam, para levá-lo a apostasia. O último deles, a quem prestou serviços de escravo, era apóstata, que tinha três mulheres. Uma delas, movida pela curiosidade, acompanhava Vicente, quando este se dirigia ao trabalho no campo. Muitas perguntas lhe dirigia sobre a religião cristã, e pedia-lhe que cantasse alguns cânticos cristãos. Vicente lembrava-se da palavra da Sagrada Escritura: "Como hei de cantar em terra estrangeira?" e cantava então o salmo, que diz: "Nas margens dos rios de Babilônia assentávamos, chorando a nossa terra", ou a "Salve Rainha". A mulher muçulmana ouvia tudo com muita atenção, e cada vez mais se enchia de admiração pelas virtudes do escravo cristão. Tornou-se advogada de Vicente junto ao patrão, a quem repreendeu energicamente por ter abandonado uma religião tão perfeita, como a cristã. O apóstata caiu em si e combinou com Vicente a volta para Paris. Em 1607 fizeram a travessia e chegaram a Aigues Mortes.
No ano seguinte vemos Vicente em Roma. Os grandes e antigos santuários muito o impressionaram e, regressando a Paris, tinha a resolução firme de imitar o exemplo de virtude dos primeiros cristãos. Em Paris, se dedicou por alguns anos ao serviço dos doentes no hospital. Aconteceu que lá caísse sobre ele a grave suspeita de ter praticado um furto. A única resposta que Vicente dava às acusações caluniosas era: "Deus sabe tudo". Só depois de seis anos foi descoberto o verdadeiro culpado, ou para melhor dizer, o ladrão que, não podendo já suportar os remorsos de consciência, fez a declaração do crime.
Pouco depois, Vicente conheceu o venerável Berulle, fundador da Congregação do Oratório, e os dois ligaram-se em estreita amizade, para mais eficazmente poderem trabalhar pelo bem da humanidade. Durante algum espaço de tempo, Vicente administrou a Paróquia de Clichi, onde Trabalhou com grande proveito para as almas, obediente à ordem dos superiores, aceitou o cargo de educador dos filhos do conde de Gondi-Ivigny. Este gênero de ocupação dava-lhe tempo bastante para se dedicar à cura d'almas, e foi aí que Vicente revelou grandes aptidões para missionário. A condessa de Ivigny, senhora de grandes virtudes, deu o maior apoio aos trabalhos apostólicos de Vicente, que em seguida passou a pregar missões aos encarcerados e aos condenados às galés. O rei Luís XIII nomeou Vicente intendente das galeras francesas e esmoler real. Três anos ficou o santo homem em Paris, ocupando este cargo, quando o zelo pelas almas o levou a Marselha, onde havia muitos daqueles infelizes, condenados às galés. Vicente procurou-os e semeou consolo e conforto nas almas daquela desventurada gente, cuja triste sorte o comovia até às lágrimas. Entre os algemados havia um, de porte nobre e fidalgo, que se entregava a uma tristeza, que tocava as raias do desespero. Vicente interessou-se muito em particular por aquele homem e conseguiu dele a revelação de sua triste história. Cúmplice, se bem que quase forçado, de uma fraude, fôra condenado às galés, sabendo mulher e filhos entregues à miséria. Vicente, que até então soubera muito bem disfarçar sua personalidade, ofereceu-se às autoridades em lugar do infeliz e conseguiu-lhe a libertação. A mansidão, a caridade e paciência de Vicente no meio dos sentenciados, gente de péssima espécie, chamou atenção. Como os seus em Paris lhe ignorassem o paradeiro, foram-lhe ao encalço, descobriram-no em Marselha e trataram de libertá-lo. Do tempo de prisão, restou-lhe uma última úlcera no pé, causada pelas grilhetas.
Para combater a ignorância religiosa e o indiferentismo, pregou muitas missões nas cidades e no campo. Sacerdotes do clero regular que o ajudavam nesta tarefa, associaram-se-lhe na Congregação da Missão, fundada em 1624, e com ele como seu superior, fixaram residência no antigo leprosário São Lázaro, de onde a Congregação recebeu a denominação de "Lazaristas". Naquela casa, Vicente dirigiu inúmeros retiros espirituais para todos os estados.
De grande resultado foram os exercícios em preparação às sacras ordens e as conferências sacerdotais nas terças-feiras, nas quais se formaram belíssimas vocações dos melhores bispos da França.
Obra de grande alcance se revelou a fundação da Confraria da Caridade, organização caritativa para ambos os sexos, hoje mais conhecida sob o nome de Conferências de São Vicente. Desta confraria, qual flor maravilhosa, se desenvolveu a Congregação das Filhas da Caridade, à qual deu por superiora uma senhora de grande virtude, que goza das honras dos altares: Santa Luísa de Marillac. Pela fundação dessas conferências e das suas casas, tiveram certa centralização as obras de caridade e beneficência aos pobres, aos enfermos, às crianças, à mocidade feminina periclitada, aos cegos, aos loucos, etc. Em todas estas obras, Vicente recebeu e deu muita animação na qualidade de membro da Companhia do SS. Sacramento. Como membro do conselho real em coisas eclesiásticas, grande influência exercia na nomeação de bispos e distribuição de benefícios. Atrás de uma aparência exterior, simples e fraca, de uma fisionomia humilde, sempre bondosa e sorridente, escondia-se uma inteligência esclarecida, um caráter corajoso e forte, um talento eminentemente prático e organizador, um coração grande, ardoroso e firme na fé.
Em 1693 esta congregação teve a aprovação do Papa Urbano VIII. Os sacerdotes pertencentes a essa congregação, fazem os três votos simples monásticos, da pobreza, castidade e obediência, obrigando-se a trabalhar na própria santificação, na conversão dos pecadores e na formação do clero. São Vicente muito se empenhou pela organização de retiros espirituais para sacerdotes e leigos, e nesse empenho teve forte apoio do Papa Alexandre VII.
É admirável que um homem como São Vicente, destituído completamente de bens materiais, pudesse fazer tanto bem aos necessitados. Quando a província de Lorena, devastada pela guerra oferecia um aspecto desolador, São Vicente fez-se mendigo, angariando esmolas e donativos em benefício das vítimas da grande catástrofe, as quais socorreu com uma vultosa quantia em dinheiro.
Querido e amado por todos, era visto como um anjo do céu. São Francisco de Sales, votava-lhe tanta estima e confiança, que o nomeou Superior da Ordem da Visitação que, havia pouco, fundara. Ainda outras comunidades religiosas, se lhe confiaram à direção.
No meio de tantas ocupações, teve tempo ainda para tratar da sua própria alma. Fossem quais fossem as ocupações, o coração dele estava sempre unido a Deus. Nas maiores contrariedades, conservava sempre calma e tranqüilidade de espírito. Em todos os fatos da vida, São Vicente reconhecia os planos da Divina Providência. Entregava-se-lhe confiadamente e, outra coisa não procurava, senão a maior glória de Deus.
Senhor absoluto dos movimentos do coração, não se deixava desanimar ou inquietar pelas vicissitudes da vida. Humilhações, longe de o entristecerem, firmavam-no cada vez mais na humildade. A humildade era a virtude que mais recomendava aos filhos espirituais. Uma das regras principais que estabeleceu sobre a humildade, foi esta: "O religioso não fale dos seus próprios merecimentos e evite chamar a atenção dos outros para a sua pessoa".
São Vicente alcançou a idade de 85 anos. Embora bastante enfraquecido e alquebrado, levantava-se às 4 horas, celebrava a Missa e dedicava três horas à oração. O pensamento da morte era-lhe familiar. Todos os dias rezava as orações da Igreja pelos moribundos. A morte encontrou-o, pois, ótimamente preparado. Morreu aos 27 de setembro de 1660, sendo -lhe o corpo sepultado na igreja de São Lázaro (ou capela dos Lazaristas), enquanto seu coração se conserva também incorrupto no convento das Irmãs da Caridade em Paris. Grandes e numerosos milagres foram-lhe observados no túmulo. A sua canonização realizou-se em 1737 pelo Papa Clemente XII.
Frederico Ozanam
Fundador da Sociedade S. Vicente de Paulo - SSVP
Frederico Ozanam, nasceu em 1813, em uma família de treze irmãos, dos quais somente sobreviveram três. Estudou Direito em Paris e posteriormente tornou-se o professor mais jovem da Sorbona. Casou-se com Amélia Soulacroix, com quem teve uma filha. Morreu aos 40 anos de idade, porém, nesses poucos anos, foi capaz de estabelecer uma extraordinária obra que não só adaptou o cristianismo à necessidades urgentes, mas recuperou o protagonismo de piedosa dedicação aos leigos na Igreja, num século onde a expansão de idéias anticlericais e contrárias à religião, cresciam significativamente.
Foi em 1833, com apenas 20 anos de idade que começou a amadurecer a idéia da Sociedade São Vicente de Paulo. Ozanam conheceu, durante seus anos de estudante, a Emmanuel Bailly, redator da revista Tribuna Católica, e a muitos outros personagens católicos durante as tertúlias do conde de Montalembert. Bailly influenciou muitos outros jovens católicos e com o apoio destes jovens foi que Ozanam pôs em prática, em 1833, a primeira Conferência.
O objetivo dos primeiros fundadores era, sobretudo, o aprofundamento em sua vida cristã. Dentre suas inquietudes, expressava Frederico Ozanam que “quisera formar uma reunião de amigos que trabalharam juntos num edifício científico, mas sob o pensamento católico”. Por conseguinte, começar colocando a ação caritativa num lugar central. A isso contribuiu teses levantadas por outros universitários, que denunciavam que o cristianismo havia abandonado a ação caritativa da antiguidade.
Ozanam, assim, asseverou então que “desejaria que todos os jovens, de cabeça e de coração, se unissem para realizar uma obra caritativa, e que se formaria em todo o país, uma vasta associação generosa, destinada a aliviar as classes populares”. Acreditando ser o modelo mais ajustado da fé o fato de consagrar-se às necessidades do irmão, deixou claro que Deus abençoaria esse apostolado pelas suas obras de caridade.
Os jovens que formaram a primeira Conferência, contaram, em seus primeiros passos, com a ajuda de uma Filha da Caridade Cristã, Irmã Rosália Rendu, mulher conhecida e reconhecida em Paris por sua ação caritativa. Irmã Rosália os pôs em contato com as situações de pobreza em Paris, no final do século XIX , os animou e em muito auxiliou as Conferências em seu crescimento.
Desde o princípio as Conferências se colocaram sob a proteção de São Vicente de Paulo. A caridade era o eixo fundamental da Sociedade, ainda que as Conferências mantiveram sempre uma atenção especialíssima à formação e ao enriquecimento da fé de seus sócios. Mesmo porque, Ozanam afirma que “queremos que esta Sociedade de caridade não seja um partido, nem uma escola ou confraria, senão que seja profundamente leiga e sem deixar de ser estritamente católica.”
Frederico Ozanam morreu no ano de 1853, em Marsélia, depois de passar dura provação em decorrência de dolorosa enfermidade.
Em 1997, durante um encontro encontro mundial entre jovens, celebrado em Paris, o Papa João Paulo II beatificou Frederico Ozanam, que foi um precursor do papel com que os leigos iriam desenvolver com brilhantismo no seio da Igreja, sendo um perfeito modelo de vida para a juventude.
FILHA DA CARIDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO
Santa Luísa de Marillac
Nascemos no século XVII. Em resposta aos apelos de Deus no seu tempo, São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac, fundaram a “Companhia das Filhas da Caridade” para servir Jesus Cristo nos pobres com espírito de: Humildade, Simplicidade e Caridade. Fiéis ao seu baptismo e ao espírito dos fundadores, as “Filhas da Caridade”, continuam disponíveis a esse serviço e às novas e crescentes necessidades de hoje, tornando realidade o Carisma de São Vicente Paulo e de Santa Luísa de Marillac: “Servir Jesus Cristo na pessoa dos Pobres”.No século XVII havia na França, fome, peste e miséria. O Padre Vicente de Paulo e Luísa de Marillac se põem a atender às necessidades dos pobres. Uma jovem, Margarida Naseau, com muito amor, fé e coragem, apresenta-se ao Padre Vicente para servir os pobres. Outras jovens seguem seu exemplo. Luísa de Marillac se encarrega de orientá-las. Passam a viver em Comunidade e se consagram a Deus para o serviço aos pobres.
Assim nasce, na Igreja, a Companhia das Filhas da Caridade em 29 de Novembro de 1633. Naquela época só haviam Religiosas de Clausura. Foi novidade na Igreja estas Irmãs que iam às casas dos doentes para servi-los, tratavam dos feridos de guerra, cuidavam das crianças e idosos abandonados.
Ainda hoje, nos cinco continentes, em 96 países, as “Filhas da Caridade” vivem sua missão: “tornar Deus presente aos pobres”, quaisquer que sejam suas necessidades e em qualquer lugar onde se encontram, vivendo em comunidade de vida fraterna, para o serviço dos pobres. Hoje, a história segue o seu curso. O clamor dos pobres faz-se ensurdecedor e as Filhas da Caridade continuam apostando suas vidas e seus esforços na construção de um mundo melhor, baseado na justiça e na fraternidade. Necessidades novas pedem respostas novas. As injustiças sociais de nossos dias não são menores que as do tempo de Vicente de Paulo, de Luísa de Marillac e de Margarida Naseau. A história da salvação requer sempre heroísmo, tenacidade, amor, doação e criatividade. A Companhia toda está a serviço da Igreja e participa de sua missão.